A emoção é como um pássaro,
quando se prende já não canta

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

O Turista

Elenco: Johnny Depp, Angelina Jolie, Paul Bettany, Rufus Sewell, Bruno Wolkowitch, Julien Baumgartner, Clément Sibony.

Direção: Florian Henckel von Donnersmarck
Gênero: Suspense/Ação
Estreia: 14 de Janeiro de 2011


Sinopse

Johnny Depp atua como um turista americano cujos flertes brincalhões com uma estrangeira levam a uma rede de intriga, romance e perigo em "O Turista". Durante uma viagem improvisada à Europa para curar um coração partido, Frank (Depp) desenvolve uma inesperada relação amorosa com Elise (Angelina Jolie), uma mulher extraordinária que deliberadamente cruza o seu caminho. Tendo o excitante cenário de Paris e Veneza como pano de fundo, o intenso romance se desenvolve rapidamente na medida em que ambos se envolvem involuntariamente num jogo mortal como gato e rato 

sábado, 22 de janeiro de 2011

SAMSARA

SAMSARA

Um belo filme, sugestão de uma amiga do blog.

  Tashi é um jovem monge tibetano que, após passar três anos em reclusão meditando,
 é resgatado por seus companheiros, que o ajudam a retornar ao monastério.
 No caminho, ele vê escrito em uma pedra "como impedir que uma gota d'água desapareça ao sol?".
 De volta à vida religiosa, Tashi se encanta com uma dançarina,
 e os crescentes desejos por uma existência comum o atormentam tanto,
 que ele decide deixar o templo, e ir viver na cidade, para trabalhar, 
se casar e constituir família.


Alguns bons filmes

Labirinto do Fauno
Dr.Jivago
Os girassóis da Russia
Jude
Amor a primeira vista
As pontes de Madison
Ana e o Rei ( com Jodie Foster)
O Belo Antonio
Noites Brancas
Caché
Os outros
A Rainha
A pequena Miss Sunshine
Deixe ela entrar
Adeus Lenin

CORA CORALINA

Cora Coralina – Coração do Brasil

11 Janeiro à 13 Março
Local: Salas B, C e D – 2º andar | CCBB RJ
Horário: Terça a domingo, das 9h às 21h


Exposição em homenagem aos 25 anos do falecimento de Cora Coralina, pseudônimo de Ana Lins dos Guimarães Peixoto Bretas, poetisa e contista, mulher simples, doceira de profissão, que produziu uma obra rica em motivos do cotidiano do interior brasileiro, em particular dos becos e ruas históricas de Goiás, estado onde nasceu, localizado no coração do Brasil. Começou a escrever aos 14 anos, mas só teve seu primeiro livro publicado aos 76.

Curadoria: Júlia Peregrino.
Cenografia: Daniela Thomas. 

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Carta aos Céus

Carta Aos Céus.



Queridos Céus! 
Sei que precisas de chorar
para manifestar sua tristeza, 
por para fora seu pranto. 
A gente tem horas que precisa chorar. 
Mas é que quando choras aí em cima, 
às vezes, muita gente também chora aqui em baixo. 

Hoje eu queria pedir aos Céus que me contassem
qual o motivo pra tanto pranto... 
Se ele resolvesse se abrir comigo, 
eu tentaria fazer uma fórmula mágica, 
para que eles pouco a pouco voltassem sorrir. 
Porque, depois de tanto choro, tudo de que precisamos 
é que parem de chorar 
e que voltem a sorrir, pouco a pouco. 
Não queremos um sorriso repentino e forte, 
pois este, poderia provocar ainda mais nosso pranto 
e isto iria parecer que estivessem rindo de nós. 

Querido Céu de cada canto da serra, por favor, 
tente parar de chorar hoje. 
Se parares aí em cima, 
a gente diminui o choro aqui em baixo. 
Desde já, obrigada por me escutar, espero que possas tentar! 

Helô Strega

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

COM O SOL NA LÍNGUA

Ó Senhor!, que a garganta
não aguenta
tanto leandro em flor
tanta giesta
e o mar lá embaixo
como mesa posta.
Quero água de fonte
sobre os pulsos
e o sol na língua
como pão
ou hóstia.
Quero descer
Subir
a escadaria da encosta
a alma escancarada
a carne exposta
a esse explodir de sinos
na cabeça.

Marina Colasanti

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Houve um tempo

Houve tempo em que o bosque,
o rio e o matagal,
A terra e qualquer cena irrisória,
Pareciam-me na memória
Envoltos em luz celestial,
Qual sonho, frescor e glória.
Nada é como outrora –
Tudo que minha visão percebia,
Seja de noite, seja de dia,
As coisas que via,
já não as vejo agora.

William Wordsworth

A bolsa de Juliana

Juliana tem uma bolsa de prata
sem fundo
cabe tudo na bolsa de Juliana
caracóis, cogumelos, violetas,
raios de luar
asas de borboleta
e plumas de passarinho
que ela encontra pelo caminho
Na bolsa de prata de Juliana
há dois corações de anjo
e três suspiros de fada.

Mariza Alencastro

Também este crepúsculo nós perdemos.
Ninguém nos viu hoje à tarde de mãos dadas
enquanto a noite azul caía sobre o mundo.

Olhei da minha janela
a festa do poente nas encostas ao longe.

Às vezes como uma moeda
acendia-se um pedaço de sol nas minhas mãos.

Eu recordava-te com a alma apertada
por essa tristeza que tu me conheces.

Onde estavas então?
Entre que gente?
Dizendo que palavras?
Porque vem até mim todo o amor de repente
quando me sinto triste, e te sinto tão longe? 

Pablo Neruda

Ver o mar...


"Diego não conhecia o mar. 
O pai, Santiago Kovadloff, levou-o para que descobrisse o mar. 
Viajaram para o Sul.
Ele, o mar, estava do outro lado das dunas altas, esperando.
Quando o menino e o pai enfim alcançaram aquelas alturas de areia,
depois de muito caminhar, o mar estava na frente de seus olhos.
E foi tanta a imensidão do mar, e tanto fulgor,
que o menino ficou mudo de beleza.
E, quando finalmente conseguiu falar, tremendo, gaguejando,
pediu ao pai:
ME AJUDA A OLHAR!"

Eduardo Galeano

-texto de "O LIVRO DOS ABRAÇOS" - 

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Pra você

Tela de Johanna Harmon
Pra você quero lençol de algodão branco
dá friozinho quando se deita
quebra nas costas de encorpado
deixa as vistas doendo de tão claro
faz a gente escorregar melhor
e ainda não dá bolinha
feito esses panos modernos
noventa por cento poliéster
e só um tiquinho de algodão ...

Leonor Cordeiro

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

No brano rendilhado

...No branco rendilhado dos luares
sobre a areia
quando o mar se aquieta e o sono chega
com estrelas pingando nas pestanas
de asas negras
quando o silêncio é mais profundo 
nas hastes das palmeiras
a dançar
a noite ergue seu canto mais profano
nas catedrais ungidas de luar...

Mariza Alencastro
(£una)

Sonho interrompido


"Feliz de quem passou, por entre a mágoa
E as paixões da existência tumultuosa,
Inconsciente, como passa a rosa.
E leve como a sombra sobre a água.

Era-te a vida um sonho, indefinido
E ténue, mas suave e transparente...
Acordaste... sorriste... e vagamente
Continuaste o sonho interrompido." 

Antero de Quental

Árvores




"Árvores são poemas que a terra
escreve para o céu.
Nós as derrubamos 
e as transformamos em papel
para registrar todo o nosso vazio."

Khalil Gibran

sábado, 8 de janeiro de 2011

Memórias

Vagam minhas memórias, soltas
nos caminhos ,a desfrutar do vento
e ao desfolhar das árvores
cansadas... derreadas sobre os muros
de tijolos carcomidos.
Vagam minhas memórias,
alheias ao passante inexpressivo
e ao pássaro inesperado em busca
do ninho perdido.
Memórias que vagueiam, onde acharão
o fio que conduz à harmonia
no frio silêncio dessa poesia... 

Mariza Alencastro

Os olhos de Deus

um deus que caminha
invisível, por dentro dos jacarandás
desenhando a orla da noite
o arrepio do mar.

os barcos esperam-no
quietos, guardando a luz,
os olhos do deus, o seu deslizar
entre as águas tranquilas.

Maria Tereza Cantinho

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Manhã lavada







e a ventania soprava forte nos montes
empurrando a chuva fria que caía
para além do horizonte.
a luz do amanhecer clara e lavada
se enchia de passarinhos molhados
em busca dos ninhos perdidos


mariza alencastro

Aprendi

Aprendi uma coisa muito certa com o silêncio
ele não serve para nada.....
quanto mais vc se cala e se ressente
mas você admite as suas culpas
e mais... o outro dirá 
que quem cala consente

Mariza Alencastro

Para ti

tela de Steve Hanks
"O cântico das ondas sobre a praia
e o voo sereno de todas as aves.

Para ti quero a estrela da manhã,
a brisa que refresca o fim da tarde,
o sabor perfumado das romãs
e a placidez do tempo das searas.

Para ti quero isto e aquilo e tudo
e mais ainda os limites do mundo."

(Torquato da Luz) 

Teus olhos

"Teus olhos são a pátria do relâmpago, 
silêncio que fala, numa clareira de bosque, 
onde a luz canta no ombro duma árvore 
e são pássaros todas as folhas,
praia que a manhã encontra 
constelação de olhos, cesta de frutos 
de fogo, espelhos deste mundo, portas 
do além, pulsação tranquila do mar 
ao meio-dia, universo que estremece"

(Octavio Paz)

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Fragmento (Elogio da Loucura)

"Louvemos aquele homem de Argos 
que foi bastante louco para passar dias inteiros sozinho no teatro,
 a rir, a aplaudir e se divertir,
 acreditando assistir à representação das mais belas peças,
 quando não se representava absolutamente nada. 
A sua vida conduzia-se às mil maravilhas!
 Porém, os cuidados da familia e os remédios o curaram;
 recobrou o juízo e disso lamentou-se nestes termos:
 Ó meus amigos! De modo algum me salvastes,arrancando-me a alegria, 
forçando-me a renunciar à encantadora ilusão de meu espírito".


Erasmo de Rotterdam

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Despedida

Tela de Johanna Harmon
Mas tu nunca vinhas com a noite –
E eu sentada com casaco de estrelas.
… Quando batiam à minha porta
Era o meu próprio coração.
Agora pendurado em todas as ombreiras,
Também na tua porta;
Entre touros rosa-de-fogo a extinguir-se
No castanho da grinalda.
Tingi-te o céu cor de amora
Com o sangue do meu coração.
Mas tu nunca vinhas com a noite
… E eu de pé com sapatos dourados


Else Lasker Schule

É por ti

Tela de leon Comerre


É por ti que se enfeita e se consome,
Desgrenhada e florida, a Primavera
É por ti que a noite chama e espera
És tu quem anuncia o poente nas estradas.
E o vento torcendo as árvores desfolhadas
Canta e grita que tu vais chegar.!!!!

Sophia de Mello Andresen

Quem és tu?

Quem és tu que assim vens pela noite adiante, 
Pisando o luar branco dos caminhos, 
Sob o rumor das folhas inspiradas? 

A perfeição nasce do eco dos teus passos, 
E a tua presença acorda a plenitude 
A que as coisas tinham sido destinadas. 

A história da noite é o gesto dos teus braços, 
O ardor do vento a tua juventude, 
E o teu andar é a beleza das estradas.

Sophia de Mello Andresen

Se for possível


Se for possível, manda-me dizer:
- É lua cheia. A casa está vazia -
Manda-me dizer, e o paraíso
Hás de ficar mais perto, e mais recente
Me há de parecer teu rosto incerto.
Manda-me buscar se tens o dia
Tão longo como a noite. Se é verdade
Que sem mim só vês monotonia.
E se te lembras do brilho das marés
De alguns peixes rosados
Numas águas
E do meus pés molhados, manda-me dizer:
- lua nova -
E revestida de luz te volto a ver.


Hilda Hilst
In:"Júbilo, memória, noviciado da paixão


O grande momento

A varanda era batida pelos ventos do mar
As árvores tinham flores que desciam para a
morte, com a lentidão das lágrimas.
Veleiros seguiam para crepúsculos com as
asas cansadas e brancas se despedindo,
O tempo fugia com uma doçura jamais de
novo experimentada
Mas o grande momentoera quando os meus
olhos conseguiam
entrar pela noite fresca dos seus olhos...

Augusto Frederico Schmidt

A chuva nos cabelos

Tela de Pino Daeni
A chuva molhava os seus cabelos,
A chuva descia sobre os seus cabelos
Voluptuosamente.
A chuva chorava sobre os seus cabelos,
Macios,
A chuva penetrava nos seus cabelos,
Profundamente,
Até as raízes!

Ela era uma árvore,
Uma árvore molhada
E coberta de flores.


Augusto Frederico Schmidt


A Desconhecida

Tela de Childe Hassan

De repente é a viagem! 
É o vento que brinca com as últimas árvores visíveis.
E há um pássaro que segue longamente meu navio
E que depois, exausto, retorna.

Quem és tu que, outrora, não conhecia
E que me levas nos teus braços,
Para onde, não sei?

Quem és tu que ainda há pouco não existias
E que me olhas com esses olhos antigos e íntimos
Que contemplaram comigo o nascimento do tempo?

Quem és tu?



(Augusto Frederico Schmidt
 em O Caminho do Frio)

A meu favor

Tela de Bouguerau
Tenho o verde secreto dos teus olhos
Algumas palavras de ódio algumas palavras de amor
O tapete que vai partir para o infinito
Esta noite ou uma noite qualquer

A meu favor
As paredes que insultam devagar
Certo refúgio acima do murmúrio
Que da vida corrente teime em vir
O barco escondido pela folhagem
O jardim onde a aventura recomeça.

A meu favor tenho uma rua em transe
Um alto incêndio em nome de nós todos


Alexandre O'Neill

fragmento(O morro dos ventos uivantes)



Demorei-me um pouco por ali, sob o sereno céu,
 a olhar as mariposas que esvoaçavam entre as urzes e as campânulas, 
e a ouvir o vento suave a soprar na relva,
 e pensando sempre que ninguém poderia atribuir um sono agitado
 aos habitantes daquela terra tão calma”



Emily Brönte

domingo, 2 de janeiro de 2011

Verano (fragmento)

Tela de Alexandre de Riquer
Quién sabe si después de un año 
no comience todo de nuevo, 
el triste espectáculo que hemos dado 
interrumpido apenas por una breve calma 
como la de esta tarde azul 
la última, tal vez, de un antiguo verano. 
El detalle está en las lamparitas de colores 
en la luz que, a pesar de todo, 
sobrevuela débilmente nuestros años. 
Vivir no es tan difícil si lo piensas, 
lo único difícil es pensarlo. 


Bruno Cuneo

Esa és

Tela de Giuseppe D'angelico (Pino)
Pasaba arrolladora en su hermosura
y el paso le dejé;
ni aun a mirarla me volví y, no obstante,
algo a mi oído murmuró: ?Esa es.

¿Quién reunió la tarde a la mañana?
Lo ignoro; sólo sé
que en una breve noche de verano
se unieron los crepúsculos, y... fue.

Gustavo Adolfo Bécquer