Tela de Giovanni Boldini
pra onde foram os beijos,
os abraços e os amores
que ontem nos arrebataram
e não voltam nunca mais?
pra onde foram pessoas
que vieram e ficaram
tão nossas, tão vivas, plenas,
agora quase irreais?
para onde vão as coisas
que se perdem pela névoa,
tragadas por temporais?
vão para junto dos barcos
que navegaram pras nuvens
sem jamais chegar ao cais.
Cairo Trindade
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