A emoção é como um pássaro,
quando se prende já não canta

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Hora de se pensar em voz alta
no terraço das trepadeiras.
A claridade quase morta
esmalta
os vidros da janela e borda
de fios de ouro o leque das palmeiras.

Hora em que não há mais distâncias; hora
em que a primeira estrela vem ouvir na sombra
o canto verde da primeira rã;
em que cada palavra tomba
e se desenrola
silenciosa como um novelo de lã.

Guilherme de Almeida

2 comentários:

Unknown disse...

Há sempre um inverno por escrever
Uma página por virar
Um amor por esquecer
Um olhar pra se encontrar...

Márcia C Lio M

Feliz semana e meu beijo à todos! M@ria

Luna Blanca disse...

Poetas, não se intitulam apenas poetas...
São seres estranhos, diferentes.
Possuidores de melancolia pungente
Nascem com o dom das palavras

A maldição do sentir extremado
Do sofrer demasiado
Do viver o sonho de amor
Com lancinante e extrema dor

Não sabem amar suave e sereno
Amam com todo o âmago, ao extremo.
Dedicam-se assim, por dias, noites,
Meses e anos sem fim

Mas como a vida é feita de escolhas
E na indiferença, na troca, sentem o desamor,
Mesmo compondo os mais belos versos
Inspirados que estão em seu espírito sofredor

Optam por parar de querer,
O que jamais poderão ter.
E como suas almas são predestinadas,
A escrever, escrever e mais nada,

Buscam nova inspiração,
Novas rimas, outra canção.
O poder do amor, um novo alguém,
Uma nova jornada!