Hora de se pensar em voz alta
no terraço das trepadeiras.
A claridade quase morta
esmalta
os vidros da janela e borda
de fios de ouro o leque das palmeiras.
Hora em que não há mais distâncias; hora
em que a primeira estrela vem ouvir na sombra
o canto verde da primeira rã;
em que cada palavra tomba
e se desenrola
silenciosa como um novelo de lã.
Guilherme de Almeida
2 comentários:
Há sempre um inverno por escrever
Uma página por virar
Um amor por esquecer
Um olhar pra se encontrar...
Márcia C Lio M
Feliz semana e meu beijo à todos! M@ria
Poetas, não se intitulam apenas poetas...
São seres estranhos, diferentes.
Possuidores de melancolia pungente
Nascem com o dom das palavras
A maldição do sentir extremado
Do sofrer demasiado
Do viver o sonho de amor
Com lancinante e extrema dor
Não sabem amar suave e sereno
Amam com todo o âmago, ao extremo.
Dedicam-se assim, por dias, noites,
Meses e anos sem fim
Mas como a vida é feita de escolhas
E na indiferença, na troca, sentem o desamor,
Mesmo compondo os mais belos versos
Inspirados que estão em seu espírito sofredor
Optam por parar de querer,
O que jamais poderão ter.
E como suas almas são predestinadas,
A escrever, escrever e mais nada,
Buscam nova inspiração,
Novas rimas, outra canção.
O poder do amor, um novo alguém,
Uma nova jornada!
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