Parou a ventania,
As estrelas dormentes, fatigadas,
Cerram à luz do dia
As misteriosas pálpebras doiradas.
Vai despontando o rosicler da aurora;
O azul sereno e vasto
Empalidece e cora,
Como se Deus lhe desse
Um brando beijo luminoso e casto.
A estrela da manhã
Na altura resplandece;
E a cotovia, a sua linda irmã,
Vai pelo azul um cântico vibrando,
Tão límpido, tão alto, que parece
Que é a estrela no céu que está cantando.
Guerra Junqueiro
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