A emoção é como um pássaro,
quando se prende já não canta

domingo, 28 de novembro de 2010

Soneto dos amantes

Tela de John Paul Aird
O Livro dos Amantes

IX

Pusemos tanto azul nessa distância
ancorada em incerta claridade
e ficamos nas paredes do vento
a escorrer para tudo o que ele invade.

Pusemos tantas flores nas horas breves
que secam folhas nas árvores dos dedos.
E ficámos cingidos nas estátuas
a morder-nos na carne dum segredo.

Natália Correia

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