A emoção é como um pássaro,
quando se prende já não canta

domingo, 28 de novembro de 2010

Há noites




Há noites que são feitas dos meus braços

E um silêncio comum às violetas.

E há sete luas que são sete traços

De sete noites que nunca forarn feitas.


Há noites que levarnos à cintura

Como um cinto de grandes borboletas.

E um risco a sangue na nossa carne escura

Duma espada à bainha dum cometa.


Há noites que nos deixam para trás 

Enrolados no nosso desencanto 

E cisnes brancos que só são iguais 

A mais longínqua onda do seu canto. 


Há noites que nos levam para onde 

O fantasma de nos fica mais perto;

E é sempre a nossa voz que nos responde 

E só o nosso nome estava certo. 


Há noites que são lírios e são feras 

E a nossa exactidão de rosa vil

Reconcilia no frio das esferas

Os astros que se olham de perfil.


Natália Correia


Nenhum comentário: