A emoção é como um pássaro,
quando se prende já não canta

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Outono

Tela de Charles Curran
 As folhas caem, de muito longe
envelhecidas no céu, em longínquos jardins,
caem: é como um gesto de recusa.

E nas noites a terra pesada cai
fora das estrelas, em plena solidão.

Caímos todos. Cai a mão.
E vemos as outras. Dá-se o mesmo em todas elas.

Entretanto há alguém que sustêm essas quedas,
com infinita doçura, entre suas mãos.

*
Rainer Maria Rilke
in Antologia Poética
Tradução de Antônio Roberto de Paula Leite 


Um comentário:

Nas Asas da Poesia disse...

Palavras soltas como pássaros de asas abertas que não possuem
destino, nem desatino, apenas pulsam em voos livres... Pois que
voem livres as palavras, que ecoem em canções e gemidos. Em
pranto e prece, até que se calem todas as feridas, todas as iras...
Que a palavra finalmente expressa, seja livre, doce e calma.
Definitivamente liberta...

Sonia Schmorantz

Amor & Paz na sua noite!Beijos!...M@ria