Tela de mark Arian
Agora sou
porto de silêncio que conhece
a rota da madeira,
porta do sótão
e turbilhão de folhas
que, pela cozinha, arrasta o vento.
Agora sou
a casa que conhece
múrmuras colméias,
unhas do gato prateado,
o desatino matinal dos pássaros
e o amor das janelas pelas nuvens.
Ao perfume da erva
após a chuva
une-se o do café.
Do tempo passado
a decifrarmos juntos paredes
de granito e cal
vem-nos doce a fadiga.
Repousemos.
Flor Campino
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