Trago, fechado no peito,
um baú de guardados.
Jóias, gemas e pérolas
que podem
ofuscar meus olhos.
Pedras, perdas, penas
que conseguem
represar meu rio.
Mas basta um som de flauta,
um dedilhar de piano,
o acorde de um violão,
o cristal de uma voz
e todas as comportas
se abrem
e me descobrem
levando de roldão
tudo que cabe
nesse cofre desvendado,
o coração.
Jóias, gemas, pérolas,
pedras, perdas, penas.
Brilhos que se confundem
no que sou.
Rolam nas águas e me levam
para perto, bem mais perto
de onde estou.
Alice Ruiz
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