Tela de Huan Chen
Quando a árvore dos poemas não dá poema,
Seus galhos se contorcem todos como mãos de enterrados vivos,
Os galhos desnudos, ressecos, sem o perdão de Deus!
E, depois, meu Deus, essa lenta procissão de almas retirantes...
De vez em quando uma tomba, exausta à beira do caminho
Porque ninguém lhe chega ao lábio o frescor de cântaro,
a doçura de fruto que poderia haver um poema
Maldita a geração sem poetas que deixa as almas seguirem
seguirem como animais em estúpida migração!
Quando a árvore dos poemas não dá poemas,
Qual será o destino das almas?
Mário Quintana
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