Duas linhas paralelas
Muito paralelamente
Iam passando entre estrelas
Fazendo o que estava escrito:
Caminhando eternamente de infinito a infinito.
Seguiam-se passo a passo
Exactas e sempre a par
Pois só num ponto do espaço
Que ninguém sabe onde é
Se podiam encontrar
Falar e tomar café.
Mas farta de andar sozinha
Uma delas certo dia
Voltou-se para a outra linha
Sorriu-lhe e disse-lhe assim:
“Deixa lá a geometria
E anda aqui para o pé de mim…!
Diz a outra: “Nem pensar!
Mas que falta de respeito!
Se quisermos lá chegar
Temos de ir devagarinho
Andando sempre a direito
Cada qual no seu caminho!”
Não se dando por achada
Fica na sua a primeira
E sorrindo amalandrada
Pela calada, sem um grito
Deita a mãozinha matreira
Puxa para si o infinito.
E com ele ali à frente
As duas a murmurar
Olharam-se docemente
E sem fazerem perguntas
Puseram-se a namorar
Seguiram as duas juntas.
Assim nestas poucas linhas
Fica uma estória banal
Com linhas e entrelinhas
E uma moral convergente:
O infinito afinal
Fica aqui ao pé da gente.
JOSÉ FANHA (poeta português)
Um comentário:
Sou prolixo naturalemte e estou inspirado realmente, bjs!
Poeira
No céu as estrelas viajavam
E na mente meu pensamento
Com elas travavam conversas
Que o paralelo entre ser e Star
É uma questão de poeira agregada
Aqui minha substancia e finita
As estrelas concisa e relevante
Mas não para todo o sempre
E no futuro, misturas somos parentes!
Já viajei com um pingo dessa genética
Por milhares de planetas alguns desertos
Outro como aqui com animal faminto
De conhecimento e afeto não geométrico
E as minhas irmãs do escuro Universo
Vigiam com o que o homem nelas desperta
A consciência não evoluída dispersa
E para o infinito só a poeira minha e delas
Ulisses Reis®
16/06/2011
Para Mariza Alencastro
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