"[...] ponha a a saia mais leve,
aquela de chita, e passeie de mãos dadas com o ar. Enfeite-se com
margaridas e ternuras, e escove a alma com leves fricções de esperança.
De alma escovada, e coração estouvado, saia do quintal de si mesmo e
descubra o próprio jardim. Acorde com gosto de caqui e sorria lírios
para quem passe debaixo da janela.
Ponha intenções de quermesse
em seus olhos e beba licor de contos de fada. Ande como se o chão
estivesse repleto de sons de flauta e do céu descesse uma névoa de
borboletas, cada qual trazendo uma pérola falante a dizer frases sutis e
palavras de galanteria."
Artur da
Távola
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