Sempre estremeço ante a poesia. A amendoeira, os pássaros,
o bosquezinho onde você está, as flores que você não vê,
a janela aberta sobre a qual eu me debruço e sonho que você
está encostado em meu ombro, as vezes em que sua fotografia
parece triste. Mas quero escrever, sobretudo eu quero escrever
uma espécie de longa elegia para você. Talvez não em poesia.
Nem em prosa, talvez. Quase com certeza num tipo de prosa
especial. E, por fim, quero manter caderno de notas para
ser publicado algum dia. Só isso. Nem novelas, nem histórias
de problemas, nada que não seja simples e transparente.
Katherine Mansfield
(Diário - 22.01.1916)
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