A emoção é como um pássaro,
quando se prende já não canta

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Valsa


VALSA


Fez tanto luar que eu pensei nos teus olhos antigos
e nas tuas antigas palavras.
O vento trouxe de longe tantos lugares em que estivemos, 
que tornei a viver contigo enquanto o vento passava.

Houve uma noite que cintilou sobre o teu rosto
e modelou tua voz entre as algas.
Eu moro, desde então, nas pedras frias que o céu protege
E estudo apenas o ar e as águas.

Coitado de quem pôs sua esperança
nas praias fora do mundo...
- Os ares fogem, viram-se as águas,
mesmo as pedras, com o tempo, mudam. 



Cecilia Meireles

Um comentário:

Kátia Torres disse...

Que linda poesia.......... que linda Cecília..... que belas imagens!!