A emoção é como um pássaro,
quando se prende já não canta
sábado, 18 de setembro de 2010
Lembranças
Minha avó sentava comigo no balanço
e contava histórias de fadas
mas também de bruxas e estranhos seres
que habitavam as paredes do quarto.
meu coração disparava.
A bacia no chão cheia de amoras
não dava conta do meu espanto
e da minha aflição.
Depois que ela se ia, eu ficava a ver imagens
que a renda da cortina da janela
projetava nos móveis,
e o esvoaçar das asas dos morcegos no jardim
tomava proporções de dragões imensos
guiados por guerreiros malvados.
Acho que ela nunca soube o tamanho do meu medo
e da agonia que eu passava sozinha naquele quartinho
com apenas a luz do lampião acesa, a espreitar os duendes
que ficavam correndo pelo chão e se escondendo debaixo da cama.
Mariza Alencastro
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