Brinca a manhã feliz e descuidada, como só a manhã pode brincar, nas curvas longas desta estrada onde os ciganos passsam a cantar. Abril anda à solta nos pinhais coroado de rosas e de cio, e num salto brusco, sem deixar sinais, rasga o céu azul num assobio. Surge uma criança de olhos vegetais, carregados de espanto e de alegria, e atira pedras às curvas mais distantes - onde a voz dos ciganos se perdia. ♠ Eugénio de Andrade
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